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Doce mel, o de Ocara, pra ler, viajar e comer

  • Marina Ruivo
  • 10 de dez. de 2015
  • 2 min de leitura

Ignácio de Loyola Brandão é um escritor que está na ativa desde os anos 1960. Na segunda metade dos anos 50, ele já tinha começado a atuar como jornalista, tendo trabalhado em vários veículos, como o jornal Última Hora e as revistas Cláudia e Realidade.

Como escritor, é contista, romancista e cronista, além de autor de obras infantojuvenis, dentre os quais O menino que vendia palavras, vencedor do Prêmio Jabuti em 2008. Tem também publicados livros de viagem, um sobre Cuba, outro sobre a Alemanha.

Este O mel de Ocara também está relacionado à temática da viagem, mas não se constrói propriamente como uma narrativa de viagem, senão que é feito de breves relatos, de caráter independente e que podem ser lidos sem que se obedeça à sequência em que estão no livro. Mais que isso, seu diferencial é a unidade temática.

Não se trata de textos sobre viagens quaisquer. Todas elas, tanto as feitas para os diversos locais do Brasil, quanto as para cidades estrangeiras, foram realizadas em razão de eventos literários – e é este o viés principal dos relatos de Brandão. Claro que entram aí também deliciosas observações sobre as peculiaridades alimentares de cada região, ou mesmo as diferenças de linguagem, como é o caso das que são trazidas em “Não abrace táxi, junte com cambito”, divertida crônica sobre a fala de Rio Branco.

Mas o principal desses relatos que revelam o caráter de viajante que hoje em dia é tão característico do escritor brasileiro são mesmo os comentários sobre os eventos de que participou. E assim nos fala das batalhas dos organizadores, enfrentando inúmeras dificuldades para unir suas cidades em torno da literatura e da promoção da leitura, às vezes em lugares que nunca haviam recebido a visita de um escritor, como é o caso da Ocara que nomeia o livro, cidade do sertão cearense que lhe trouxe um dos presentes mais bonitos que já recebeu na vida.

Chama a atenção neste saboroso livro a forma pela qual seu autor menciona sempre de forma tão positiva essa experiência das viagens que a literatura vem lhe proporcionando, vendo-a como uma forma de conhecer melhor “a terra em que pisa”, coisa que é fundamental para qualquer escritor, e assim se contrapondo àqueles que criticam esta nova faceta do escritor brasileiro.

 
 
 

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Geração armada: literatura e resistência em Angola e no brasil
É o título do livro originado da dissertação de mestrado que defendi na USP, no programa de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa. Trabalhei com o romance A geração da utopia, do escritor angolanod Pepetela, e com o testemunho Viagem à luta armada, de Carlos Eugênio Paz, ex-militante da ALN.

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