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A bolsa amarela


A maestria narrativa da autora capta seus leitores desde o início desta sua história, levando-nos para o mundo da menina Raquel, filha temporã de uma família com três filhos já bem maiores que ela e que, por isso, sonhava em ser gente grande, para também ter direito ao que os irmãos e os pais têm direito. Sua segunda grande vontade era ter nascido menino, para além da vontade – talvez a mais forte delas – de escrever, de criar mundos e histórias. Todas as três guardadas na bolsa amarela, lugar onde também passa a morar um galo que originalmente havia sido inventado pela menina, mas que adquiriu existência concreta, sendo, em determinado momento da narrativa, visto até mesmo pelos familiares de Raquel, além de muitos outros objetos, todos falantes, seja de nossa língua, escrevendo-a na mão da menina, como o Alfinete de Fralda, seja de línguas estranhas, como é o caso da Guarda-Chuva.

A forma como a autora entremeia as situações do cotidiano da menina, uma pré-adolescente, muito sensível e sabida, com as mais deliciosas fantasias que habitam as histórias infantis é realmente admirável e fascinante, atraindo os pequenos (e já fluentes) leitores e também os adultos, encantados inclusive pela maneira como ela revela a sabedoria da criança em seu olhar para o mundo adulto, percebendo tudo o que nós, adultos, ingenuamente supomos que ela não está percebendo. Livro que, publicado em 1976, recebeu naquele ano o selo de ouro da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), conferido ao “melhor para a criança", A bolsa amarela

inegavelmente será sempre atual, e faz parte da minha trajetória como leitora desde a primeira vez que o li.

A edição mais recente é de 2003, pela editora Casa Lygia Bojunga.

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Geração armada: literatura e resistência em Angola e no brasil
É o título do livro originado da dissertação de mestrado que defendi na USP, no programa de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa. Trabalhei com o romance A geração da utopia, do escritor angolanod Pepetela, e com o testemunho Viagem à luta armada, de Carlos Eugênio Paz, ex-militante da ALN.

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