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O gato e o Diabo


Tive a felicidade de fazer a revisão do livro e fiquei maravilhada com esta faceta ainda desconhecida de Joyce,

a escrita voltada a uma criança.

Escrito em forma de uma carta do “Nonno” Joyce, enviada da França para seu neto Stephen (Stevie) na Irlanda, então com 4 anos, o livro conta a história de como foi possível a construção de uma ponte na pequena cidade francesa de Beaugency, permitindo que os moradores pudessem ir de um lado a outro do largo rio sem depender das longas travessias de barco. Nada mais nada menos que uma oferta do Diabo! Que o Senhor Prefeito da cidadezinha prontamente aceitou, não se preocupando com a única condição imposta, a de que o primeiro que cruzasse a ponte seria destinado, claro, ao Diabo. A ponte foi construída em apenas uma noite, e na manhã seguinte ninguém tinha coragem de atravessá-la, até que o prefeito conseguiu inventar um jeito de sair do impasse, jogando um gato preto na ponte e, no mesmo momento, um balde d’água bem cheio em cima dele. O livro conta, portanto, a divertida (e impressionante) história do engodo sofrido pelo Diabo, de como ele, aqui, se deu muito mal. A narrativa é saborosa, com elementos de suspense, e com traços de coloquialidade que foram traduzidos com perfeição por Lygia Bojunga. As ilustrações de Lelis são um atrativo à parte, e não apenas por fazerem o Diabo com fisionomia joyceana. Por conta da riqueza narrativa, da construção das frases, e também das ilustrações, o livro pode ser lido para crianças a partir dos 3 ou 4 anos, que ficam intrigados e maravilhados com a história. E não há problema – muito ao contrário – que até então eles nunca tenham sequer ouvido falar em “diabo”, pois aqui se trata mesmo de um personagem, ser literário.

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Geração armada: literatura e resistência em Angola e no brasil
É o título do livro originado da dissertação de mestrado que defendi na USP, no programa de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa. Trabalhei com o romance A geração da utopia, do escritor angolanod Pepetela, e com o testemunho Viagem à luta armada, de Carlos Eugênio Paz, ex-militante da ALN.

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