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Marcos Rey e as comunicações de massa, ou como é difícil viver de literatura

Os homens do futuro compõem uma leitura muito agradável e se caracterizam como um livro de memórias. A obra, entretanto, não abrange a vida toda de Edmundo Donato – nome verdadeiro do escritor –, senão que está centrada na sua experiência profissional no rádio e na televisão brasileiros, desde os anos 1940, iniciada e mantida como forma de sobrevivência financeira, muito mais do que por paixão. Sua paixão, desde o princípio, era a literatura, mas era muito difícil ser escritor profissional no Brasil de então.

Tendo vivido o rádio por seu interior, acompanhou suas várias fases, passando do destaque do locutor para o dos narradores esportivos, por exemplo, e pouco depois pela era das radionovelas. Depois, como o autor nos explica, não se tratava mais de uma nova fase no rádio substituindo a outra, mas de uma confluência de gêneros em destaque, dentre os quais o dos programas de auditório e o dos programas humorísticos.

Na tevê, Marcos Rey teve que se defrontar com as inúmeras novidades introduzidas pelo veículo que, com técnica diferente, exigia novas concepções desde a escrita dos programas e novelas. O escritor foi ainda redator de publicidade, e estas suas memórias nos contam também desta sua experiência, ressaltando suas dificuldades para criar slogans, enquanto a escrita literária lhe saía fácil e prazerosa, mas para ela havia pouco tempo, em razão da premência do dinheiro.

Obra para ser lida por aqueles que se interessam pela história dos veículos de comunicação de massa no País, mas não só, já que a narrativa do autor nos envolve e interessa, levando-nos para o mundo que sua memória recria.

Em 1986, Marcos Rey foi eleito membro da Academia Paulista de Letras e, no ano anterior, havia recebido o troféu Juca Pato como Intelectual do Ano, da Câmara Brasileira do Livro. Dentre seus romances e novelas, destacam-se Um gato no triângulo, seu livro de estreia, de 1953, Café na cama, de 1960, e Memórias de um gigolô, lançado oito anos depois, e adaptado para o cinema por Alberto Pieralisi, em 1970. Publicou inúmeros infantojuvenis, como o para mim inesquecível Sozinha no mundo, e escreveu também contos e crônicas, tendo mantido uma coluna na revista Veja SP ao longo da década de 1990.

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Geração armada: literatura e resistência em Angola e no brasil
É o título do livro originado da dissertação de mestrado que defendi na USP, no programa de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa. Trabalhei com o romance A geração da utopia, do escritor angolanod Pepetela, e com o testemunho Viagem à luta armada, de Carlos Eugênio Paz, ex-militante da ALN.

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