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Sangue de lobo

Confesso que, diante da imagem da capa, tive certo receio. Será??

Mas a confiança nas autoras fez que eu abrisse e começasse a ler.

Pra não conseguir parar. Simplesmente assim.

Esta obra conquista os leitores de imediato, com sua trama muito bem montada e articulada, e que mantém o suspense até o final, levando o leitor a percorrer sem cessar seu ritmo ágil.

Ana Cristina e Cristiana são duas jovens vestibulandas que cresceram juntas, pois a

segunda é filha da governanta da casa da primeira. Muito amigas, vão viajar com os pais de Ana Cristina para um hotel-fazenda em Passa Quatro (MG), e é já antes de chegarem ao hotel que o mistério começa a tomar forma: elas encontram, num pequeno museu de um restaurante da cidade mineira, um original datilografado do que parece ser um romance, cuja história enigmaticamente assemelha-se à história da aventura de RPG que elas haviam iniciado com os amigos em São Paulo, um dia antes da viagem.

O enredo dessa obra encontrada pelas garotas transcorre no ano de 1908, e sua ação se passa primeiro em São Paulo e depois, justamente, em Passa Quatro, em uma fazenda que tem o mesmo nome do hotel onde as duas se hospedam, Sete Outeiros. Sua história é a de brutais assassinatos, nos quais o misterioso criminoso sempre raspava o cabelo das vítimas, em uma espécie de jogo mórbido que estabelecia com oito bonecas de porcelana, que apresentavam cada uma um tipo diferente de cabelo e penteado. Além disso, a narrativa trazia a figura de um homem lançado à sina de lobisomem, que se vê no meio desse enredo e é considerado suspeito dos crimes. Com o encontro deste antigo livro, a leitura dele feita pelas garotas vai se alternar com o que elas próprias vivem em suas férias, até que as duas instâncias, ficção e realidade, passado e presente, passem a dialogar de modo cada vez mais íntimo e surpreendente.

Os personagens são vívidos e apresentam mais de uma faceta, e não é à toa, assim, que o lobisomem não seja um sanguinário, senão alguém que procura fazer de tudo para livrar-se de seu terrível destino, isso sem que deixe de ser tomado pela selvageria quando se transforma em lobo, nas noites de lua cheia. O romance fascina e encanta, e é excelente opção de leitura para adolescentes, jovens e adultos.

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A barca Marina

 

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Geração armada: literatura e resistência em Angola e no brasil
É o título do livro originado da dissertação de mestrado que defendi na USP, no programa de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa. Trabalhei com o romance A geração da utopia, do escritor angolanod Pepetela, e com o testemunho Viagem à luta armada, de Carlos Eugênio Paz, ex-militante da ALN.

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