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CRÔNICAS PARA JOVENS, de Cecília Meireles

  • Marina Ruivo
  • 9 de jun. de 2015
  • 2 min de leitura

A leitura das crônicas de Cecília Meireles, reunidas neste volume que se direciona ao público jovem, é uma experiência de mergulho no lirismo e na sensibilidade. No mistério da vida, de sua efemeridade, e na doçura da linguagem. A sensibilidade da poeta está por inteiro nesses textos em prosa que flagram detalhes às vezes muito pequenos do cotidiano, lançando para eles um olhar que os revela em toda a amplidão.

Divididas aqui em cinco blocos temáticos (“De aves e flores”, “Ecos do Oriente”, “O passado manda lembranças”, “Impressionista” e “Quase poesia”), as crônicas falam de primaveras que chegam e de jardins; de Gandhi e de um jantar japonês; do antigo inspetor de seus tempos de escola, Juvenal, tão querido pelos alunos, e da heroicidade de Colombo, ameaçada pelas conquistas dos astronautas; da iluminação de Buddha e da loucura das estações do ano (e isso muito antes de aquecimento global!), fazendo o inverno se prolongar indevidamente pelo Rio de Janeiro; do que seriam os dias perfeitos e suas mil possibilidades. Tudo com a delicadeza de Cecília, que se entristece com a ação dos homens sobre a natureza, tão caótica e desordenada, e manifesta tal tristeza de modo suave, melancólico.

São crônicas deliciosas de ler e reler, que abrem a percepção do leitor para a beleza que nos cerca e também para a beleza da linguagem revelando o mundo, mesmo quando ela revela uma faceta que não é tão bela deste nosso mundo. A seleção de Antonieta Cunha, professora aposentada da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e profissional muito atuante na área editorial, sobretudo no campo voltado à criança e ao jovem, é primorosa. Além disso, a edição conta com uma reflexão sobre a crônica como gênero (e a especificidade da crônica brasileira), bem como com uma apresentação específica sobre a crônica de Cecília Meireles.

Voltada aos jovens, é obra para ser lida por leitores de variadas idades, abarcando tanto aqueles que não conhecem as crônicas de Cecília, quanto aqueles que ainda não conhecem sua poesia, e ainda para aqueles que já são amantes das obras da poeta. Todos, certamente, vão se deliciar com esta reunião de textos.

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Geração armada: literatura e resistência em Angola e no brasil
É o título do livro originado da dissertação de mestrado que defendi na USP, no programa de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa. Trabalhei com o romance A geração da utopia, do escritor angolanod Pepetela, e com o testemunho Viagem à luta armada, de Carlos Eugênio Paz, ex-militante da ALN.

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