top of page

CRÔNICAS PARA JOVENS, de Rubem Braga

  • Marina Ruivo
  • 3 de jun. de 2015
  • 2 min de leitura

As crônicas de Rubem Braga dificilmente podem ser qualificadas com outro adjetivo que não o genial. Este capixaba radicado no Rio de Janeiro, que passou grande parte de sua vida viajando para diversas partes do Brasil e do mundo e que se dedicou à crônica como nenhum outro escritor brasileiro, se consolidou como um mestre do gênero. Em grande medida, é graças a ele que a crônica brasileira pôde deixar de ser vista como um gênero menor, espécie de subgênero literário. E, se ela é um gênero ligado essencialmente ao jornal e ao contexto em que foi feita, com Braga a crônica nos faz ver seu outro lado, perene, conquistando leitores nascidos muito depois de sua escritura.

Esta coletânea, organizada por Antonieta Cunha, traz algumas das mais primorosas crônicas do Velho Urso, organizadas em cinco seções (“Amor... ou quase”, “Parece que foi hoje!”, “Confidências, quase confissões”, “De plantas e bichos” e “Em qualquer lugar”) que tratam dos temas mais caros ao autor.

Conforme afirmou Manuel Bandeira em observação que já se tornou consagrada, o velho Braga fazia crônicas ainda melhores quando simplesmente não tinha um assunto. E, assim, podia falar de uma simples gatinha trazida da rua, batizada Biribuva, ainda que os leitores pudessem julgar que a vida da bichana não interessasse. Ou podia falar de Zig, um de seus cachorros de infância, que viveu 11 anos como membro da família Braga e que era um bom cão, chegando a acompanhar a mãe de Rubem à missa, muito embora atacasse, vez ou outra, algumas pessoas.

E Braga nos fala de muitos outros assuntos, como da visita repentina que lhe foi feita por uma senhora de seu bairro, admiradora de sua obra e que irrompe à casa dele e chora, para depois se recompor e ir embora, sem mais. Falando das luvas esquecidas por outra mulher em sua casa, ou da temática da mulher esperando o homem, o cronista leva os leitores à profundidade de visão que a literatura lança sobre o mundo, profundidade esta que ganha concretude na consagrada, e não por isso menos saborosa, crônica “Meu ideal seria escrever...”.

Comentarios


 Siga o ARTeFATo: 
  • Facebook B&W
  • Twitter B&W
  • Instagram B&W
 POSTS recentes: 
 procurar por TAGS: 
A barca Marina

 

Aqui se fala de livros, filmes, eventos literários e culturais. 

Estamos no Youtube: Youtube.com/c/AbarcaMarina.

E também no Instagram e no Facebook.

Geração armada: literatura e resistência em Angola e no brasil
É o título do livro originado da dissertação de mestrado que defendi na USP, no programa de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa. Trabalhei com o romance A geração da utopia, do escritor angolanod Pepetela, e com o testemunho Viagem à luta armada, de Carlos Eugênio Paz, ex-militante da ALN.

© 2023 por O Artefato. Orgulhosamente criado com Wix.com

  • Facebook B&W
bottom of page