O mistério das aranhas verdes
- Marina Ruivo
- 2 de nov. de 2015
- 2 min de leitura
Neste primeiro volume da série que traz as histórias da adolescente Carolina Lopes, a Carol, diante do estranho bandido denominado de o Homem do Terno Branco, a dupla Cony e Anna Lee elabora uma história com ingredientes policiais que é bastante agradável de se ler.
A protagonista e heroína é a menina Carol, bastante determinada, decidida e corajosa, que se aventura sozinha pela cidade do Rio de Janeiro com o propósito de decifrar o enigma que se instaurou em sua família desde que seu irmão mais novo caiu da bicicleta, machucou a perna, foi ao hospital e teve a perna misteriosamente engessada por um estranho médico, e logo depois foi raptado, sem que os bandidos pedissem nada para seu resgate.
Nessa aventura, a menina acaba por ser também ela sequestrada, vai parar em diversos cantos da cidade, precisa inventar mil e uma histórias para enfrentar as situações inusitadas que surgem em seu caminho, até finalmente parar nas mãos do tal bandido, um homem misterioso e sedutor, que inspira medo e também atração na menina. Tudo se resolve, porém os autores já deixaram indicado, ao final, que a história de Carol com o Homem do Terno Branco não parava por aí – e a série de fato alcançou cinco volumes.
É interessante pontuar que, de certo modo, o título deste primeiro livro já é uma espécie de “pista” para que o leitor decifre o mistério, já que o mistério mesmo que movia Carol era o desaparecimento de Flavinho, e falar nas aranhas verdes já apontava para a direção da resolução do enigma, o que parece confluir para um tipo de observação frequente de Cony a respeito de sua obra adulta, que algumas vezes flerta com o gênero policial, segundo a qual ele apenas lança mão de alguns dos elementos do gênero, mas não muitas vezes não esclarece o mistério e, quando o faz, não pune os culpados (como, aliás, acontece aqui, em que o Homem do Terno Branco foge ao final e não é preso).
Ademais, neste livro, juntamente à aventura em que se mete a protagonista, são vivenciados os conflitos e situações do cotidiano da família da menina, na qual, por exemplo, os pais são separados, a mãe fez de seu hobby uma profissão, para manter o padrão de vida dos filhos depois da separação; em que há a presença da amiga esotérica, com muitos palpites sobre a influência dos astros, e outras coisas do tipo; com a polícia que não nenhuma importância ao caso; com um detetive particular cujas investigações não progridem; um médico em início de carreira que se interessa pela menina Carol; e por aí afora.
Obra indicada para leitores já maiorzinhos, a partir dos 12 ou mesmo 13 anos – a idade da protagonista no primeiro volume da série –, que costumam gostar bastante de textos que trazem mistério e suspense.
CONY, Carlos Heitor & LEE, Anna. O mistério das aranhas verdes. Rio de Janeiro: Salamandra, 2001, 119 p. (Coleção Carol e o Homem do Terno Branco).

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